Prefácio do livro Imigrante a Duras Penas: A falta de oportunidade de trabalho,e de terras para os assentamentos originaram fome,  miséria, guerras e revoltas. Nesta trajetória está a família de Jacob Seibel, liderada por Adam Seibel I, que fazia parte dos bandos denominados “Schinderhannes”, que roubavam dos ricos e dos franceses para ajudar a comunidade de Hamm am Rhein no ano de 1800. A família se sustentava da pesca, sendo dona de vários barcos pesqueiros no Rio Reno. Como conseqüência à perseguição ao avô Adam Seibel I pelos franceses que administravam a região na época e que com isto teve que viver na clandestinidade, a família teve que se desfazer dos barcos, deixando com isto o ramo da pesca.

              A emigração à América do Sul em 1859, contou com Adam Seibel II, sua esposa Margaretha e sete filhos menores, entre eles Jacob Seibel, que descreve todas as dificuldades ocorridas durante a viagem até a chegada a Santa Leopoldina. A dificuldade de adaptação em novas terras foi motivada pelas inúmeras doenças até então desconhecidas, o calor, a alimentação, falta de moradia, estradas etc.

               Tive a honra de ser convidado pelo autor Ivan Seibel, bisneto do imigrante Jacob Seibel, a prefaciar esta obra. De imediato gostaria de parabenizá-lo pela iniciativa e, principalmente, pela preocupação em narrar, não somente a chegada de Jacob Seibel e sua família a terras brasileiras, mas também o que levou esta família, assim como tantas outras, a emigrar para terras estrangeiras, sem terem nenhuma idéia do que os esperava. Conclui-se com isto que a motivação tenha sido mais do que desesperadora, e nem um pouco baseado somente no espírito aventureiro, já que deixavam absolutamente nada para trás, vendendo os poucos bens que possuíam e trazendo consigo tão somente as suas famílias.

Joernhinrich Duus – Cônsul Honorário da Alemanha no Espírito Santo